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domingo, 29 de janeiro de 2012

Síria: os ataques se aproximam de Damasco

A capital vinha sendo relativamente poupada pela
revolta contra o regime que fez mais de 5.400 mortos.
A violência, de uma intensidade sem precedente, foi registrada neste domingo em várias cidades perto de Damasco, ao mesmo tempo em que a Liga Árabe, que suspendeu sua missão devido a essa escalada, pediu ajuda à ONU para pôr ponto final a mais de dez meses de repressão sangrenta no país.

No terreno, os números foram particularmente pesados neste domingo, com 66 pessoas mortas, entre elas 26 civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que denuncia 156 mortos, desde sexta-feira.

Os confrontos, particularmente violentos desde terça-feira, levaram a Liga Árabe a suspender no sábado sua missão de observação, iniciada no dia 26 de dezembro, acusando o regime do presidente Bashar al-Assad de ter preferido assim.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, e Burhan Ghalioun, o chefe do Conselho nacional sírio (CNS), que reúne a quase totalidade das correntes de oposição, devem viajar a Nova York esperando, um e outro, uma intervenção do Conselho de Seguranda da ONU no país.

Neste domingo, confrontos entre desertores e o exército regular foram registrados em Ain Tarma, a cerca de 4 km da capital, e Kafar Batna, na mesma zona, segundo o chefe do OSDH, Rami Abdel Rahmane.

Até agora, a capital vinha sendo relativamente poupada pela revolta contra o regime do presidente Bashar al-Assad que abala o país desde 15 de março e fez mais de 5.400 mortos, segundo números da ONU datando do início de janeiro.

A intensificação dos combates perto de Damasco também foi observada pelo porta-voz do Exército sírio Livre (ASL), o comandante Maher Noueimi.

Segundo ele, o regime lançou "nas últimas 24 horas uma ofensiva sem precedente, empregando artilharia pesada" contra cidades da província de Damasco, em particular Qalamoun, Rankous e Ghouta.

O comandante Noueimi acusou o regime de fazer "uma campanha punitiva" contra a cidade rebelde de Hama (centro), onde as forças de segurança atacam com "violência civis e até crianças".

"As forças de segurança jogam nas ruas corpos com as mãos amarradas atrás. Seis corpos com esses sinais foram encontrados no bairro de Bab Qibli e dez outros, no de Arbaiin", informou Mohammad Aboulkheir um militante ouvido por telefone pela AFP.

No total, 26 civis foram mortos a tiros neste domingo, 5 na província de Idleb (noroeste), 2 em Jassem (sul), 8 - entre eles uma criança de 9 anos - em Homs, 4 em Hama (centro), 6 perto de Damasco, e um em Damasco no bairro de Jouber, durante um funeral, segundo o OSDH. Além disso, um civil morreu vítima de torturas, na província de Idleb.

26 soldados foram mortos em três ataques diferentes, assim como 9 desertores e 5 membros das forças de segurança, segundo a mesma fonte.

Fonte: ANP / AFP
Via: Radio Nederland Wereldomroep Brasil

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