"Começando pela reforma pessoal... depois pela família, sociedade, governo, califado e mundo." |
Dentre outras coisas, essa miopia faz com que praticamente todos os políticos ocidentais ignorem as ameaças a longo prazo e focalizem apenas a violência e o terrorismo, o tangível e o temporal; aquelas coisas que coincidirão com o seu mandato. Esse enfoque, de mira estreita, às vezes leva a absurdos, tais como quando Paul Stockton, da Defesa Interior dos EUA, ao ser interrogado por Dan Lungren, numa audiência recente, se negou a aceitar que a Al Qaeda "estivesse exercendo um violento extremismo islâmico", insistindo que o grupo só era formado por "assassinos", divorciando a realidade de qualquer contexto significativo, cumprindo a doutrina de Obama de não conhecer o seu inimigo.
É óbvio, todos os islamitas têm o mesmo objetivo: o estabelecimento de um califado que exija o cumprimento da sharia. A única diferença é que a maioria é suficientemente prudente para entender que a infiltração gradual e a sutil subversão, passo a passo, etapa por etapa, década após década, são mais eficazes para garantir os seus objetivos do que com a violência direta. Depois, uma vez no poder, "se tornarão mais selvagens".
Consequentemente, graças à chamada "Primavera Árabe" e aos seus adeptos ocidentais, mais e mais clérigos estão se aproximando do seu objetivo final de ressuscitar o califado, onde a sua capital será Jerusalém. Um xeique, por exemplo, se orgulhou do fato de que o califado será restaurado em breve e de que o Ocidente pagará jizya (taxa/tributo e submissão, Alcorão 9:29): "ou, de outra forma, levaremos a espada aos vossos pescoços!" Citou, como exemplo, a infiel Alemanha. E claro, as exigências de jizya dos cristãos coptas do egito cresce mais dia após dia.
Agora, consideremos as claras e inequívocas palavras do Dr. Muhammad Badi, líder da Irmandade Muçulmana, de acordo com o Al Masry Al Youm (segundo a tradução de Solidariedade Copta):
O Dr. Muhammad Badi, líder supremo da Irmandade Muçulmana, disse: "A Irmandade está cada vez mais perto de alcançar sua meta, segundo as previsões do seu fundador, o Imã Hassan al-Banna. Isso será alcançado por meio do estabelecimento de um sistema de governo justo e equitativo [baseado na sharia islâmica], com todas as suas instituições e associações, incluindo o governo, evoluindo para um califado administrado corretamente e em busca do domínio mundial". Badi acrescentou em sua mensagem semanal [29/12/11]: "Quando a Irmandade iniciou seu trabalho [da'wa] em prol da sua promoção, tratou de despertar a nação de sua letargia e estancamento para guiá-la, outra vez, rumo à sua posição e vocação. Em sua mensagem no sexto Conselho, o Imã [Banna] definiu dois objetivos para a Irmandade: um a curto prazo, cujos frutos são vistos logo que uma pessoa se converte membro da Irmandade; e outro a longo prazo, que requer a utilização dos acontecimentos, esperando, fazendo os preparativos apropriados e planos prévios, e uma reforma integral e total de todos os aspectos da vida". O líder da Irmandade continuou: "O Imã [Banna] delineou as metas de transição e os métodos detalhados para alcançar esse objetivo máximo, começando pela reforma pessoal, seguido pela construção da família, da sociedade, do governo e, após, de um califado administrado corretamente e, finalmente, o domínio do mundo".
Ainda assim, não importa com que frequência e abertura os líderes islâmicos - como Badi - expressam sua grandiosa agenda para que o mundo os ouça. Os líderes ocidentais têm, bem apertados, os seus antolhos intelectuais, congelados diante da palavra "democracia" - embora o poder popular da "Primavera Árabe" conduza ao fascismo (que, depois de tudo, será um problema de outro, depois que deixarem o cargo). Portanto, aqui está o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, que não só está "muito satisfeito" com as eleições egípcias (apesar das numerosas denúncias de fraude eleitoral contra a Irmandade Muçulmana), mas que, quando foi interrogado se o seu país deveria estar preocupado com a vitória islamita, disse: "Não tenho nenhum problema com isso e tampouco o governo dos Estados Unidos se preocupa com isso. Queremos que a vontade do povo egípcio seja expressada".
Consequentemente, a Irmandade Muçulmana e todas as suas ramificações podem estar seguras de que, sempre e quando não se envolverem em atos diretos de terrorismo, podem continuar, sem parar, a sua marcha de décadas para a ressurreição do califado, que - se a história e a doutrina são indicadores - se tentar intervir pelo "domínio mundial", será uma ameaça global.
Por Raymond Ibrahim / Middle East Forum
Tradução: Jônatha Bittencourt
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