"O preço do petróleo subirá para 150 dólares o barril, o que provocará uma crise mundial." |
Os países da União Europeia anunciaram hoje que decidiram antecipar o debate no qual decidirão a imposição do embargo de petróleo contra o Irã, para o dia 23 de janeiro. Em resposta, o preço do petróleo subiu para mais de 113 dólares o barril.
A decisão sobre a sanção atual é só uma da série de limitações que a Europa consolidou contra o Irã com o objetivo de provocar a interrupção de seu programa nuclear. Na semana passada, reagiram ao anúncio da União Europeia dizendo: "Encontraremos outros mercados para a exportação de petróleo", declarou uma fonte da República Islâmica. Mas o seu temor é de ter que oferecer petróleo a outros mercados por preços significativamente mais baixos.
A tensão surge no ápice das ameaças do Irã, quando decidiu na semana passada que impedirá a passagem de barcos petroleiros pelo Estreito de Ormuz no Golfo Pérsico se os países ocidentais cumprirem suas ameaças e imporem sanções ao setor privado. "Se as limitações forem adotadas, nem uma gota de petróleo passará pelo Estreito de Ormuz", declarou o vice-presidente por meio dos meios de comunicação iranianos, "Não queremos hostilidade nem violência. Mas o ocidente não quer retroceder no seu projeto de sanções. Os inimigos fracassarão em seus objetivos quando os colocarmos no seu devido lugar".
Na semana passada, analistas do mercado de petróleo estimaram que, no caso de fechamento do Estreito de Ormuz, o preço do petróleo subirá para um valor 150 dólares o barril, o que provocará uma crise mundial. "Apesar da demanda pelo petróleo ser relativamente baixa, os preços já estão a mais de 100 dólares o barril por motivos de tensão geopolítica", disse Natalie Robertson, analista da ANZ.
O Irã é considerado o segundo produtor mundial de petróleo, depois da Arábia Saudita, que produz 3,5 milhões de barris por dia. Atualmente, os países da Europa importam cerca de 500 mil barris de petróleo iraniano diariamente.
A situação na Nigéria, o maior produtor de petróleo na África, também pode influenciar os preços do ouro negro. Milhares de manifestantes interromperam, nos últimos dias, as ruas de um dos países mais povoados da África, em protesto contra o aumento dos preços de combustível. Segundo uma matéria em The Guardian, os protestos começaram no início do ano, quando o governo nigeriano anunciou que interromperá o programa de subsídios de combustível, que sustentou os baixos preços durante dezenas de anos. O governo esclareceu que o dinheiro será destinado às construções de infraestruturas.
Uma greve começou ontem, por tempo indeterminado, por todo o país, em protesto pelo novo decreto. O barulho público começou depois que, de maneira intempestiva, os preços do petróleo na Nigéria duplicaram, apesar da ordem que impedia a realização de paralisação já que não se encontrava vinculada a um conflito empregatício. Mesmo assim, a maior associação trabalhadora do país convocou seus dois milhões de membros para iniciá-la por tempo indeterminado desde segunda-feira, correndo o risco de interromper as rotas e o movimento aéreo no país e até levar à interrupção das atividades das redes elétricas.
Segundo o governo, os subsídios ao petróleo representavam um quarto da contribuição nacional anual e a redução retornará de 5 a 6 milhões de dólares ao país anualmente, que serão investidos em purificadores fora de funcionamento - fato que obrigou a Nigéria a importar para si combustível purificado.
Fonte: Iton Gadol / AJN
Tradução: Jônatha Bittencourt
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