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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Acordo Shalit faz os esforços de paz avançarem?

Isto seria um ponto de vista ignorante
ou extremamente ingênuo.
Pouco depois que as primeiras imagens de um pálido e fraco Gilad Shalit alcançaram o mundo, os ativistas se reuniram na tenda de protesto Shalit fora da residência do primeiro-ministro em Jerusalém, e começaram a desmontar a tenda. Em vez de cartazes dizendo "Quanto tempo" e "Gilad ainda está vivo", uma nova bandeira foi pendurada dizendo: "É tão bom ter você em casa".

O retorno de Gilad Shalit a Israel na terça-feira trouxe uma paralisação à nação, com a maioria dos israelenses assistindo a contínua transmissão ao vivo seguindo Gilad passo a passo, a partir da fronteira de Gaza, via Egito, para a fronteira com Israel, para a base militar de Tel Nof, para um check-up médico e encontro com o primeiro-ministro além de, claro, com a família, e finalmente por helicóptero de volta a sua aldeia natal no norte de Israel, Mitzpe Hila. Lá, celebrações com bandeiras de Israel, canções, gritos e soprando shofar lembraram um certo Dia da Independência. Os 1.941 dias de espera, finalmente, chegaram ao fim.

Mas em contraste com o Dia da Independência, houve também uma outra, mais sóbria, uma dolorosa corrente passando pela população e expressa em muitas entrevistas. A libertação de centenas de assassinos em massa foi difícil de aceitar. Noam Shalit, pai de Gilad, também mencionou esse fato, depois de ter voltado para casa com seu filho: "Para nós, também, o acordo foi difícil de aceitar. Eu estava no Superior Tribunal de Justiça, e eu enfrentei as famílias enlutadas, cuja dor nós simpatizamos. Sentimos a dor pelo preço que eles pagaram pela liberdade de Gilad".

Comentário:
No decorrer do Acordo Shalit, muitos comentaristas ocidentais esperavam que o fato de Israel e do Hamas estarem agora falando uns aos outros (algo que tecnicamente não fizeram - só através de um mediador), poderia avançar os esforços de paz na região. Isto seria um ponto de vista ignorante ou extremamente ingênuo. Mas nem a ignorância nem ingenuidade são uma bênção!

Em primeiro lugar, a única motivação do Hamas para "falar com Israel" foi para liberar os terroristas com o objetivo de que eles voltariam para a "resistência" (leia-se "terrorismo") ou servir de motivação para que outros o façam. Não foi por acaso que ambos Haniyeh e Abbas chamaram eles (prisioneiros) de "mujahedin" - guerreiros sagrados. Em segundo lugar, a própria existência do Hamas depende da luta contra Israel. A organização teria que passar por uma transformação total, a fim de entrar em negociações de paz. Dada a sua ideologia islâmica, isso é altamente improvável.

Em terceiro lugar, o acordo que foi feito provocou um forte impulso para a popularidade do Hamas já que a libertação de prisioneiros é prioridade máxima nas ruas árabes palestinas. As proporções do acordo (1000-1) são suscetíveis de conduzir a uma corrida entre as organizações terroristas para sequestrar mais soldados. Então, ao invés de encaminhar-se a paz, o acordo, com toda a probabilidade, encorajou o extremismo. O ditado "ceder ao terrorismo provoca mais terrorismo" não é apenas um ditado. É baseado na experiência.

Uma observação final: os eventos dos dias recentes aprofundaram o racha entre Fatah e Hamas, uma vez que o acordo mediado pelo Hamas conseguiu a libertação de muito poucos terroristas do Fatah. Para aqueles que veem o estabelecimento de um Estado palestino unificado como a solução para o conflito, tal estado está, portanto, mais longe do que antes do acordo. Mas com base em recentes declarações de Mahmoud Abbas, um Estado palestino é uma garantia para a continuação do conflito, não um passo em direção à paz. Então, na realidade, este conflito entre Hamas e Fatah poderia realmente transmitir a paz, não levando à criação de um estado hostil.

Fonte: Word of Life Israel

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