"Se a Turquia nos jogar uma flor, jogaremos neles outra flor." |
"Vamos tomar medidas importantes contra todo país que reconhecer este Conselho ilegítimo", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Walid Muallem, em uma entrevista coletiva à imprensa.
Criado no final de setembro em Istambul, o CNS reúne pela primeira vez todas as tendências políticas, e integra em suas fileiras os Comitês Locais de Coordenação (LCC) que organizam as manifestações, os liberais, a Irmandade Muçulmana, grupo que atua na clandestinidade, assim como partidos curdos e assírios.
O presidente Assad, afetado por uma onda de protestos populares desde meados de março, anunciou que seu governo prepara reformas políticas, prometendo também acabar com os "bandos armados" responsáveis, a seu ver, pela violência.
"No Ocidente, eles falam de uma revolução pacífica na Síria e não reconhecem estes grupos, financiando-os e fornecendo armas a eles", afirmou Muallem.
Segundo ele, foi "um grupo terrorista armado que matou o mártir Mechaal Tamo (...) com o objetivo de provocar divisões na região de Hassaké", de maioria curda.
Mechaal Tamo, de 53 anos, que havia se juntado ao CNS, foi morto na sexta-feira por homens armados que estavam em um veículo diante da casa de um amigo em Qamichli (nordeste), segundo militantes. No sábado, as forças de segurança atiraram contra uma multidão que participava de seu funeral, matando duas pessoas.
Neste domingo, três pessoas foram mortas em Dmeir quando as forças de segurança atiraram contra os participantes do funeral de um jovem, morto na prisão no sábado, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Três pessoas foram mortas quando as forças de segurança atiraram contra os participantes do funeral em Dmeir de um jovem sírio morto na prisão ontem", indicou esta ONG em um comunicado.
Os três mortos eram amigos do jovem, indicou o OSDH, que não revelou seu nome.
Apesar da violência provocada pelos bandos armados, "o processo de reforma é mantido", assegurou Bashar al-Assad, indicando que a decisão da Síria de realizar reformas é "soberana e sem relação com exigências externas".
O presidente sírio acusou as potências ocidentais de "se interessarem pouco pela reformas e, em troca, querer fazer que a Síria pague o preço de sua posição contra os planos fracassados no exterior".
Assad se manifestou em ocasião da visita a Damasco de uma delegação latino-americana, composta pelos ministros das Relações Exteriores venezuelano e cubano, além de autoridades de Bolívia, Equador e Nicarágua. Estes garantiram à Síria o apoio de seus países e denunciaram "a campanha política e da imprensa" contra Damasco, segundo a agência de notícias Sana.
No sábado à noite, a Turquia "condenou com veemência" a multiplicação dos ataques contra os principais representantes da oposição na Síria.
"A Turquia espera que o governo sírio entenda rapidamente que a violência visando a acabar com a oposição não mudará o curso da história", acrescentou o Ministério turco das Relações Exteriores.
Muallem respondeu neste domingo, ameaçando indiretamente seu vizinho turco: "A Síria não ficará de braços cruzados. Se a Turquia nos jogar uma flor, jogaremos neles outra flor", disse.
Fonte: AFP / ANP
Fonte: AFP / ANP
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