Páginas

sábado, 29 de outubro de 2011

Abbas: os árabes erraram ao negar a partição da ONU em 1947

Ehud Olmert, Condoleezza Rice e Mahmoud Abbas.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, reconheceu diante da televisão israelense que os árabes se equivocaram ao negar o plano de partição da ONU em 1947, que propunha dividir o Mandato Britânico da Palestina/Eretz Israel em dois Estados, um árabe e outro judeu.

Os países árabes e a população árabe do território do Mandato Britânico repudiaram o plano de partição e, após a declaração da independência de Israel, no ano seguinte, os exércitos árabes interviram travando uma guerra terrível. Eventualmente, os árabes foram derrotados no campo de batalha.

"Foi um erro. Foi um erro árabe, totalmente", afirmou o presidente palestino ao Canal 2 de televisão. "Mas eles (os israelenses) nos castigam por causa desse erro de 64 anos?"

Abbas também se referiu às negociações com o ex-primeiro-ministro, Ehud Olmert, agora no centro do debate, após a publicação das memórias da ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice.

Rice respalda a versão israelense de que Olmert realizou uma proposta de paz que foi rejeitada; enquanto que os palestinos, até agora, dizem que as conversações nunca alcançaram o ponto onde houvesse uma oferta firme sobre a mesa.

Abbas declarou que esteve, com Olmert, "muito próximo" de alcançar um acordo de paz em 2008, antes do líder israelense abandonar o Governo debaixo do acúmulo de suspeitas de corrupção.

"Foi uma oportunidade muito boa", expressou. "Se tivesse ficado por mais dois, três meses; acredito que nesse tempo teríamos concluído um acordo".

Abbas confirmou a versão de Olmert, destacando que o primeiro-ministro estava disposto a uma retirada de 93,5% da Cisjordânia (Judeia e Samaria). Os palestinos, segundo acrescentou Abbas, responderam com a oferta de apenas 1,9% da região para Israel.

Durante a entrevista ao Canal 2, Abbas reconheceu que a Autoridade Palestina talvez não consiga os nove votos necessários no Conselho de Segurança, composto por 15 membros, para que a admitam como Estado na ONU.

Em relação às possíveis negociações com Israel, Abbas explicou que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, quer manter uma presença israelense ao longo da fronteira leste com a Jordânia,  durante 40 anos, inclusive depois do estabelecimento de um eventual Estado palestino.

Fonte: Aurora
Tradução: Jônatha Bittencourt

0 comentário(s):

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário.