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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Essa "história" dos palestinos de uma Terra Santa "livre de judeus"

"A posição palestina é que existe uma religião chamada
judaísmo, mas que não há isso de existir um povo judeu"
Há cinco anos, fui convidado pela Instituição Hoover para dar uma conferência na Universidade de Stanford.

Casualmente, o Dia da Independência de Israel caiu durante essa semana, e me convidaram para falar na cerimônia de comemoração celebrada pelos estudantes pró-Israel. Na minha conversa, comentei que o "X da questão" no conflito israelo-palestino é que a maioria dos palestinos desejavam que Israel deixasse de existir.

Depois de falar, uma mulher se aproximou de mim e se apresentou como uma ativista pela paz. Ela me disse que não podia estar de acordo comigo porque os palestinos, na sua opinião, estavam muito dispostos a aceitar a existência de Israel.

Aconteceu que, a uns 50 metros de distância de onde se celebrava a comemoração da existência de Israel, havia uma manifestação contra Israel promovida por estudantes palestinos. Dessa forma, disse à mulher que fosse ali e se misturasse com os estudantes palestinos como uma ativista pela paz - a maneira de obter imediatamente a confiança deles -, e depois perguntasse a eles se estariam dispostos a reconhecer o direito do Estado judeu de existir.

Disse a ela que apostaria 5 dólares que não responderiam positivamente.

Ela aceitou a aposta e se dirigiu aos estudantes palestinos. Depois de 10 minutos, voltou.

"E daí", perguntei, "quem ganhou a aposta?"

“Não sei”, ela respondeu.

“Não lhe entendo”, indaguei. “Não responderam a você?”

“Me perguntaram: 'o que você quer dizer?'", me respondeu.

Disse a ela que me devia 5 dólares mas que não ia cobrá-la por isso.

No início deste mês estive em Ramallah, a capital oficial da Autoridade Palestina, onde entrevistei Ghassan Khatib, o diretor dos Meios de Comunicação do governo da Autoridade Palestina, e o porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas. Eu fiz a mesma pergunta: "Os palestinos reconhecerão Israel como Estado judeu?"

O porta-voz foi mais direto que os estudantes palestinos em Stanford. Sua longa resposta consistiu num sonoro "NÃO".

"Não há povo judeu," ele me disse, "então, como é que pode existir um país judeu? A posição palestina é que existe uma religião chamada judaísmo, mas que não há isso de existir um povo judeu" (Curiosamente, em toda a Bíblia hebraica, os judeus só mencionam uma vez sobre pertencerem a uma religião. No livro de Ester, pelo antissemita Hamã).

Em outras palavras, os palestinos - a população que compõe um grupo nacional que nunca existiu com o nome de "Palestina" até meados do século XX - negam a existência da nação mais antiga do mundo - das que ainda permanecem -, uma que data mais de 3.000 anos.

Isso sim que é uma verdadeira chutzpah (audácia, gana).

De fato, os palestinos negam que os judeus tenham vivido em Israel. É por isso que Yasser Arafat não podia admitir que Jesus tivesse sido um judeu, mas que, de acordo com Arafat, "Jerus era um palestino". Reconhecer que Jesus era judeu significaria reconhecer que os judeus viveram em Israel milhares de anos antes - e num Estado judeu, por outro lado -, muito antes que os muçulmanos viessem a existir, muito antes do que os árabes se mudassem para ali, e milhares de anos antes de que alguém se chamasse de "árabe palestino" (obs.: também antiga designação dos judeus que viviam na Terra de Israel).

No discurso do presidente palestino diante das Nações Unidas, dias atrás, essa negação das história judaica foi reafirmada. Assim, num discurso sobre Israel e os palestinos, nem uma única vez pronunciou a palavra "judeu" ou "judaísmo".

Eis aqui um exemplo da história de Israel, a Palestina livre de judeus, de Abbas:

 "Venho da Terra Santa, da terra da Palestina, da terra das mensagens divinas, da ascensão do Profeta Maomé (que a paz esteja com ele) e do nascimento de Jesus Cristo (que a paz esteja com ele)..."

Não se faz menção dos judeus. Pelo que parece, só existiam cristãos (saberia Abbas que Jesus era judeu?) e muçulmanos, os quais sempre teriam vivido na "Terra Santa". E para Abbas, a Terra Santa não é Israel, é a Palestina. Que os judeus fizeram dessa terra uma Terra Santa é um fato histórico negado pelos palestinos.

Israel, do ponto de vista palestino, é o Estado de Israel, não um Estado judeu. Como escreveu o embaixador de Israel nos Estados Unidos, Michael Oren, num artigo do The Washington Post na sexta-feira passada:

“Israel fez duas propostas de paz, em 2000 e 2008... ali se reuniram quase todas as exigências dos palestinos para formar um Estado soberano nas áreas conquistadas por Israel na guerra de 1967 - a Faixa Ocidental e Gaza, inclusive Jerusalém Oriental. No entanto, o presidente palestino Yasser Arafat negou a primeira oferta e Abbas ignorou a segunda, pela mesma razão que seus antecessores descartaram o Plano de Partilha de 1947.

Cada vez que a acetação de um Estado palestino significa aceitar o Estado judeu, essa concessão se transforma em algo impossível para os palestinos”.

Esse é o problema. Não os assentamentos. Não as fronteiras. Os palestinos, como a maioria dos irmãos árabes e muçulmanos, como muitos em outros lugares, nunca reconheceram que os judeus voltaram a Israel, já que nunca reconheceram que os judeus tiveram um lar nacional ali. E, ainda por cima, nem sequer reconhecem que os judeus são um povo.

Os palestinos querem a paz? Não tenho dúvida alguma de que a desejam. Mas não com o Estado judeu.

Por Dennis Prager - Tradução (inglês-espanhol): Safed-Tzfat
Tradução (espanhol-português): Jônatha Bittencourt

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