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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Declarações chocantes, mas que não geram reação!

"... acobertadas por formadores de opinião e pela imprensa
mundial. Como é que isso pode acontecer?"
Durante as últimas semanas, muita atenção foi dada ao conflito entre Israel e os árabes palestinos tanto na área política e diplomática quanto na imprensa. O pedido de adesão plena na ONU pela Autoridade Palestina (PA) e as medidas tomadas por Israel para evitar essa adesão; os Estados Unidos, entre outros, gerou reações e declarações de várias lideranças de diferentes escalões. Os comentários que seguem foram feitos por líderes Árabes e Muçulmanos nas duas últimas semanas, e não estão necessariamente relacionados às negociações na ONU, mas ao conflito em si mesmo.

O Supremo Líder da Revolução Islâmica, o homem que tem a maior autoridade no Irã, Ayatollah Khamenei, rejeitou completamente a solução de formação de dois Estados no discurso proferido na “5ª Conferência Internacional para Apoio à Intifada Palestina”, em Teerã, no domingo: “Qualquer plano que busque dividir a Palestina deve ser completamente rejeitado... Nossa exigência é liberdade para a Palestina e não só para parte da Palestina”. Suas palavras foram repetidas pelo Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que acrescentou: “a terra deve retornar aos seus verdadeiros donos.”

Falando com o Ministro das Relações Exteriores da Turquia, na segunda-feira, o pressionado Presidente da Síria, Bashar Al-Assad, ameaçou atacar Israel se a comunidade mundial decidir agir contra a sua brutal repressão aos manifestantes que estão no seu país: “Não precisarei mais do que seis horas para movimentar centenas de foguetes e mísseis para as Colinas de Golã com o intuito de atacar Tel-Aviv”. Assad acrescentou que a continuação disso seriam ataques do Hezbollah e do Irã contra Israel e contra instalações militares americanas e europeias no Golfo Pérsico.

Na CNN Dominical, no dia 24 de Setembro, o Primeiro-Ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que já ameaçou confrontar navios da marinha de Israel para “proteger” possíveis novas flotilhas de Gaza, ridicularizou os ataques com foguetes de Gaza a Israel e acrescentou: “Mas por outro lado, nós sabemos que centenas de milhares de palestinos foram mortos... Israel é muito cruel nessa questão. Mostra que não tem misericórdia".

Na sexta-feira, o embaixador egípcio na Autoridade Palestina, Yasser Othman, disse: “Nós devemos estar preparados para o plano de Israel de tomar o monte Sinai, que acontecerá logo”. Por vários meses, líderes egípcios insinuaram que quebrariam o acordo de paz com Israel, especialmente depois do ataque ao norte de Eilat, no qual cinco soldados egípcios foram mortos.

Por fim, em uma entrevista concedida à Al-Jazeera (em árabe) no dia 2 de Setembro, Abbas Zaki, membro do Comitê Central do Fatah, disse o seguinte: “Quando nós dizemos que o assentamento deve se basear sob essas fronteiras (4 de junho de 1967), o presidente (Mahmoud Abbas) entende, nós entendemos, e todos sabem que o maior objetivo não pode ser alcançado logo de uma vez. Se Israel se retirar de Jerusalém, terá de evacuar 650 mil colonos e demolir o muro - o que Israel acabará se tornando? Vai chegar ao seu fim". Zaki continuou: "Se nós dizemos que queremos varrer Israel do mapa... Convenhamos, isso é muito difícil. Não é uma política (aceitável) afirmar isso. Não diga essas coisas para o mundo. Guarde para si mesmo".

Comentário

Uma das principais metas da ONU é contribuir para a resolução pacífica de disputas. Exceto pela última, as pessoas citadas acima representam nações que são todas membros da ONU, e até mesmo a AP está autorizada a manifestar seu ponto de vista no púlpito da ONU. Mas as palavras citadas acima não são palavras de paz e reconciliação, pelo contrário. Elas ainda são acobertadas por formadores de opinião e pela imprensa mundial. Como é que isso pode acontecer?

As brutais mensagens dos líderes iranianos são, pelo menos, honestas, e não são difíceis de entender. As palavras de Erdogan, por outro lado, são muito mais sofisticadas e sutis, mas o resultado de tal linguagem é quase idêntica ao resultado das palavras de Ahmadinejad. O líder turco, na sua entrevista, dá a impressão de ser um líder maduro que apenas está defendendo os direitos da sua própria nação e dos árabes palestinos. Mas as suas palavras são venenosas! Ele apresenta mentiras grosseiras, sabendo bem que a maioria dos seus ouvintes não vai conhecer os fatos, ou nem mesmo irá checar os fatos. Nem mesmo a repórter da CNN, Fareed Zakaria, confrontou seu clamor por “centenas de milhares de palestinos mortos".

O tema da matéria jornalística é que desde a Primeira Intifada aproximadamente 6 mil árabes palestinos foram mortos, e grande parte deles eram terroristas armados. Ao mesmo tempo, 3 mil árabes palestinos foram mortos pela sua própria agência de espionagem, ou alegadamente pela agência de espionagem israelense, e cerca de 1500 israelenses foram mortos em ataques terroristas. Embora a vida de uma pessoa inocente valha muito, isto está muito longe do que Erdogan fantasia. O que Erdogan consegue através disso e através do seu comentário que “Israel é muito cruel” é demonizar o Estado Judeu. Apesar da comparação com a Alemanha Nazista ser invocada frequentemente, é fato que a demonização dos judeus nos anos 1930 permitiu que acontecesse tudo aquilo com os mesmos judeus nos anos 1940.

A declaração de Abbas Zaki se junta a uma longa lista de declarações proferidas por líderes da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), do Fatah e da Autoridade Palestina (AP). Essas organizações deveriam ser moderadas, todas sob o controle de Mahmoud Abbas, mas seus representantes e seus líderes frequentemente proferem discursos extremistas.

Uma questão interessante surge ligada com as diferentes citações acima: por acaso nós ouvimos alguma reação de círculos influentes contra as citações acima mencionadas? Alguma organização de direitos humanos condenou tais declarações? Será que a ONU reagiu contra essa agressão verbal dirigida contra um de seus Estados membros? No que diz respeito a Erdogan, será que a imprensa captou sua mentira escandalosa? Ouvimos críticas contra esses comentários? Deveria isso ter alguma consequência no modo como julgamos as outras coisas que o Primeiro-Ministro turco diz? Será lógico exigir que Israel simplesmente ignore tais declarações e não tome alguma precaução (algo frequentemente exigido)?

Nós não escutamos muitas reações contra esses discursos, mas o que ouvimos sobre tudo isso na semana passada? Escutamos uma grande e unificada condenação de nível internacional a 1100 novos apartamentos em Giló! O Irã fala sobre a destruição de Israel, Assad fala sobre uma chuva de foguetes em Tel Aviv, Erdogan sobre um Estado Judeu demonizado, e o Fatah em destruir Israel em estágios – e nós lemos páginas e mais páginas sobre apartamentos em Jerusalém. Se isso não faz soar o alarme, o que o fará?

Fonte: Word of Life Israel

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