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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O que a mídia não pergunta: "Quem realmente quer a paz?"

"Os 63 anos do sofrimento palestino sob 'ocupação'..."
Enquanto que os acontecimentos da última quinta (23) nas Nações Unidas gerou muitas colunas nos meios de comunicação, poucos leram as entrelinhas e observaram cuidadosamente o conteúdo do discurso do primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Em vez disso, nos conduziram a títulos que anunciavam o "histórico" momento onde Abbas pedia um Estado palestino e as fotografias das celebrações em Ramallah. Mas o que acontece se os discursos de Abbas e Netanyahu, onde Israel é considerado pela mídia um obstáculo para a paz, são colocados em julgamento?

Uma "nuvem de palavras" do que foi abordado serve para ilustrar o que ambos líderes decidiram enfatizar. Observe como Netanyahu enfatizou "paz" (44 vezes) e mencionou os palestinos em muitas ocasiões. Em contraste a Abbas, cujo discurso não continha linguagem conciliadora, com pouca ênfase na paz (26 vezes) ou em Israel, o Estado com o qual os palestinos devem negociar a paz.

Nuvem de palavras do discurso de Netanyahu na ONU.
Podemos ler aqui, entre outros, os seguintes termos: Israel, Estado, povo, paz, Abbas, palestinos, Presidente, verdade, Cisjordânia, América, Shalit, obscuridade, nuclear, Jerusalém, negociações, segurança, Islã, Judaísmo, luz, acordos, cidades, mísseis, Líbano, esperança.

Nuvem de palavras do discurso de Abbas na ONU.
Podemos ler aqui, entre outros, os seguintes termos: Palestina, ocupação, palestinos, povo, Israel, assentamentos, unilateral, apoio, esforços, legitimação, êxitos, Jerusalém, retorno, guerra, libertação, limites, colonialismo, postos de controle, Gaza, acordos, Cisjordânia, liberdade, mundo, programa, justiça.

Enquanto que Netanyahu estendeu a mão aos vizinhos de Israel e aos palestinos, Abbas não só dispensou uma declaração conciliadora, na realidade, apresentou-se com declarações e reclamações que a mídia decidiu ignorar.

Abbas se referiu aos 63 anos do sofrimento palestino sob "ocupação" - o que implica que o nascimento do Estado de Israel em 1948 seja o verdadeiro problema e não o controle israelense sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, que começou em 1967, depois da Guerra dos Seis Dias.

Abbas falou da importância da Terra Santa para as religiões cristã e muçulmana, não reconhecendo, ainda, a inegável e histórica conexão do judaísmo com a região.

Abbas falou de "limpeza étnica" e do "apartheid" de Israel, e depois teve a ousadia de afirmar que ele não estava interessado em deslegitimar Israel. No entanto, sua linguagem tem estado adiante dos esforços para fazer exatamente isso.

Como resultado, enquanto que o discurso de Netanyahu recebeu muito pouca cobertura, por que plantam indagações sobre a credibilidade de suas palavras, enquanto que os sinais evidentes do discurso de Abbas são ignorados?

Fonte: Reporte Honesto
Tradução: Jônatha Bittencourt

1 comentário(s):

Anônimo disse...

Perfeito Bitencourt

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