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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Chegou a hora da ONU reconhecer um país… Israel

"Com o coldre na cintura, Arafat
vociferou que o sionismo era a
forma suprema de racismo..."
Ao abrir a assembléia-geral das Nações Unidas este ano, dona Dilma Rousseff entrou para a história como a primeira mulher a efetuar o protocolo, na condição de oradora brasileira, em tradição iniciada por Oswaldo Aranha em 1947. E Dilma usou e abusou de sua condição de mulher no discurso. Não faltaram, é claro, as palavras de apoio ao reconhecimento do estado palestino nas Nações Unidas que a massa queria escutar.

Mas, nós sabemos que o dono da assembléia-geral 2011 é Mahmoud Abbas, com sua jogada de pedir este reconhecimento pleno da Palestina como estado na ONU. O lance é mais um golpe diplomático contra Israel. E dentro das Nações Unidas, Israel é sinônimo de isolamento. Os palestinos se sentem marginalizados (não parece, com tanto apoio internacional), mas Israel é um estado-pária, em especial dentro do principal organismo mundial.

Mahmoud Abbas, pelo menos, é um dirigente mais discreto do que seu antecessor e mentor Yasser Arafat. Que espetáculo infame a primeira aparição de Arafat na assembléia-geral em 1974. Com o coldre na cintura, ele falou que viera com um “ramo de oliveira e a arma de um lutador pela liberdade” (o bandoleiro deixou a pistola do lado de fora do saloon ). No discurso, Arafat vociferou que o sionismo era a forma suprema de racismo. Ovacionado, ele inspirou a assembléia-geral.

Em 1975, por instigação dos países árabes e do bloco soviético, foi aprovada, com voto brasileiro, a resolução 3379, que caluniou o sionismo como forma de racismo. E, imagine, eram tempos em que o estado de Israel era governado pelos trabalhistas, integrantes da Internacional Socialista. Amplos setores da esquerda já tinham embarcado na sua canoa de demagogia antiIsrael, país visto como títere do neocolonialismo, blá, blá, blá. A infâmia sionismo = racismo só foi rescindida em 1991, sem o apoio de nenhum país árabe.

Esta marcação cerrada de Israel é praxe nas Nações Unidas. Israel não é apenas o país mais condenado pelo organismo, mas com mais frequência do que todas as outras nações combinadas. De acordo com o grupo U.N. Watch, em Genebra, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adotou desde sua fundação em 2006 cerca de 70 resoluções condenado países específicos, 40 delas contra Israel.

Na assembléia-geral, são cerca de 20 resoluções contra Israel por ano, em contraste a cinco ou seis contra outros países. O estado judeu é o membro solitário do organismo mundial que teve negada entrada em um grupo regional, o que impossibilita, por exemplo, participação no Conselho de Seguranca. Isto que é estado pleno nas Nações Unidas?

E este espetáculo antiIsrael será reforçado nesta quinta-feira (23) com a conferência da ONU sobre racismo e discriminação, conhecida como Durban 3. A primeira aconteceu há dez anos justamente na cidade sul-africana de Durban e a declaração final acusou Israel – o único país entre todos os integrantes das Nações Unidas – de racismo. Israel, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e alguns países europeus felizmente boicotam este forró antiIsrael, onde não pode faltar uma diatribe antissemita de Mahamoud Ahmadinejad.

Nas palavras de Yossi Klein Halevi, não existe uma mera hostilidade contra Israel nas Nações Unidas. É uma obsessão patológica. Nada contra um futuro estado palestino, forjado através de negociações bilaterais e não pantomina diplomática em Nova York. Tudo a favor, mas por que tanto contra Israel? Minha pergunta é mais um exercício de retórica.

Por Caio Blinder, VEJA

1 comentário(s):

Anônimo disse...

Boa Bittencourt
Alexandro Zion

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