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domingo, 4 de setembro de 2011

Israel revela que filho de Kadafi se ofereceu para mediar negociações com o Hamas

"Saif al-Islam afirmou que traria Gilad a nós..."
O vice-ministro para o desenvolvimento da Galileia e do Neguev, Ayoub Kara, revelou hoje (domingo) ao jornal israelense The Jerusalem Post que o filho do ditador líbio Muamar Kadafi, Saif al-Islam, ofereceu-se como mediador para libertação do soldado prisioneiro Gilad Shalit e para que o Hamas assine um acordo de paz com o Estado judeu, em troca de uma redução da pressão exercida pela OTAN e pela Europa sobre a Líbia.

"Saif al-Islam e eu temos amigos em comum na Áustria, e muito antes de toda a bagunça na Líbia pedi a eles que falassem com Saif sobre Gilad Shalit porque os Kadafi são próximos a Khaled Mashaal [líder do Hamas em exílio]", explicou. "Há um mês ele se lembrou de mim e disse aos nossos amigos em comum que diria a Mashaal que libertasse Shalit, assinasse um acordo com Israel e, inclusive, fizesse um discurso em Jerusalém, como [o ex-presidente egípcio Anwar] Sadat".

"Respondi a eles que estaria disposto a falar com ele para ajudar Gilad e Saif al-Islam acreditou que isso aliviaria a pressão europeia e da OTAN sobre a Líbia", acrescentou Kara, que pouco depois recebeu outra mensagem indicando que havia sido marcada uma reunião na Líbia entre Saif al-Islam Kadafi e o político judeu-austríaco David Lazar.

No entanto, as autoridades israelenses negaram a ele a permissão de viagem à Líbia por questões de segurança.

"Lazar me disse que Saif al-Islam afirmou que traria Gilad a nós e pediu a mim que não falasse sobre a negociação até que fosse autorizado por [Muamar] Kadafi", relatou o vice-ministro israelense, que respondeu que "levaria o acordo ao governo para que decida o que fazer", mas "desde então, a situação na Líbia mudou e já não é mais relevante".

"Se soubesse que Gilad Shalit seria libertado, teria pago qualquer preço [porque] não tenho interesse na situação interna na Líbia, só quero trazer para casa" o jovem sequestrado no território israelense por terroristas palestinos em 2006, admitiu Kara.

A questão foi tratada originariamente pelo diário londrinense em árabe Asharq Al-Awsat, num artigo onde o vice-ministro israelense foi bastante citado, mas este desmentiu ser esta a sua fonte.

“Não sei como a história saiu assim", assegurou Kara.

Fonte: Iton Gadol / AJN
Tradução: Jônatha Bittencourt

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