A entrevista promovida pelo UNIC Rio, apresentada no vídeo acima, foi realizada no dia 29 de novembro de 2010. Quase um ano se passou e podemos contemplar uma diferença absurda entre o discurso do Sr. embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahin Alzeben, e a postura tomada pelo movimento palestino em 2011.
Entrevistador: Qual é, hoje, o caminho para a paz?
Comentário: Sim, de fato, mesmo sem ter conhecimento do futuro, o entrevistador utilizou a palavra ideal: hoje. Pois dentro de um ano a postura palestina seria totalmente diferente. Também há questionamentos quanto à palavra paz. Afinal de contas, o que é paz na concepção do Sr. embaixador?
Ibrahin Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil: A negociação. Não há outro caminho, a não ser a negociação e chegar a um consenso sob a base do Direito Internacional.
Comentário: Negociação. Por acaso, o reconhecimento unilateral de um Estado, a ser solicitado pela Autoridade Palestina na ONU, remete a negociações antecipadas com a outra parte envolvida no conflito? Isso é agir segundo o Direito Internacional?
E o status atual do Estado judeu, por acaso, foi estabelecido na ilegalidade? Pelo contrário, possui amplo suprimento do Direito Internacional.
Aliás, até hoje, as negociações passadas foram baseadas nessa categoria de Direito. A solicitação de um reconhecimento unilateral de um Estado palestino contradiz acordos já estabelecidos entre árabes e israelenses - onde o status, tanto de território árabe quanto israelense, só poderia ser alterado após conclusão de negociações.
Ibrahin Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil: Israel tentou por todos os meios resolver o problema palestino da sua maneira: genocídio, limpeza étnica, perseguição, assassinato de líderes, massacres, ocupação militar, assentamentos... Isso não deu certo.
Comentário: Genocídio, limpeza étnica - e a população palestina cresce exponencialmente, vive uma explosão demográfica tanto em Gaza, quanto na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Abusos por parte do exército israelense devem ser investigados e punidos, sem dúvida alguma. A morte de palestinos com participação em ataques terroristas e outros movimentos que colocam civis israelenses em risco de vida é um dos principais fatores da morte de árabes. A utilização de lugares densamente povoados pelos terroristas do Hamas, isso sim, corresponde a genocídio e limpeza étnica.
Perseguição - e a perseguição religiosa, ideológica e social com uso, ou não, de armas? Isso é constante do lado palestino. Só pra citar alguns: Fatah, Hamas, OLP, Autoridade Palestina...
Assassinato de líderes, massacres - pouquíssimos líderes de organizações extremistas são mortos se comparados aos números de massacres em consequência de movimentos terroristas chefiados por tais líderes.
Ocupação militar, assentamentos - são pontos que exigem longos debates e comentários, até mesmo abordagem do Direito Internacional. Mas só para apresentar um exemplo de inflexibilidade por parte dos palestinos, nos anos 2000 e 2001, o governo de Ehud Barak propôs 97% da Cisjordânia e Gaza, e 3% de terras em Israel. Resultado: negaram porque queriam 100% da Cisjordânia e de Gaza. Barak ofereceu 4 opções de cidadania aos refugiados e um número limitado deles iria para Israel. Resultado: negaram porque todos os refugiados deveriam se tornar cidadãos de Israel. A preocupação palestina era resolver o problema? Não, mas passá-lo adiante. Sem falar na resposta sangrenta das negociações por parte da Autoridade Palestina, hoje uma organização supostamente "apaziguadora". Será?
Consegue perceber por que fugir da mesa de negociação não é a escolha mais apropriada? Benjamin Netanyahu estava disposto a negociar mas, baseados num suposto "Direito Internacional", decidiram agir por si mesmos.
Outro entrevistador pergunta sobre a solidariedade palestina em relação às vítimas do Holocausto. Ibrahin Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil: Não existe nenhuma pessoa honesta no mundo que não possa ser solidária com os judeus que foram massacrados na Europa. Aquele Holocausto horrível não deve se repetir, como não deve se repetir na Palestina - nas mãos dos israelenses. Lamentavelmente, isso deve parar. E o mundo inteiro, que é solidário, inclusive eu, com aquela dor dos judeus na Europa, também devem dizer "Já chega" ao Holocausto que está acontecendo com os palestinos.
Comentário: Muito interessante a solidariedade prestada pelo Sr. Ibrahin Alzeben, ainda mais quando serve de ferramenta de propaganda para a sua própria causa. Quais são as fontes históricas desse diplomata? Palestinos vivendo um HOLOCAUSTO? Qual foi a escola por onde passou? Estaria explicado se afirmasse que sua educação foi do mesmo modelo de ensino das escolas árabes-palestinas atuais, onde o Estado judeu é negado e substituído, em mapas, pela Palestina, um Estado que nunca existiu.
Por Jônatha Bittencourt