Honduras: polêmica entre embaixador israelense e governo hondurenho

"Isso não se faz a um país amigo"

Uma forte polêmica estourou entre o embaixador israelense em Honduras, Eliahu López, e o governo de Honduras após o presidente Porfirio Lobo expressar seu apoio à criação de um Estado palestino.

O embaixador López afirmou que as declarações do presidente hondurenho representam "uma facada contra o coração de Israel".


Em declarações à televisão hondurenha, o diplomata israelense advertiu que a postura de Lobo "é um obstáculo nas relações bilaterais". "Isso não se faz a um país amigo", disse López, que advertiu que o apoio à proposta iniciada por Mahmoud Abbas "não é favorável à Palestina, mas contra Israel".

"Particularmente, para mim é justo e legítimo que o povo palestino tenha seu território e sua identidade como Estado, é algo correto, assim como Israel o teve em seu momento, também é justo que os palestinos o tenham", declarou o presidente Lobo em declarações à imprensa.

No entanto, o embaixador López espera que o governo de Tegucigalpa reveja sua postura. Neste sentido, o chanceler hondurenho, Mario Canahuati, respondeu às acusações do diplomata embora tenha evitado aprofundar o debate.

No entanto, o ministro esclareceu que o reconhecimento de um Estado palestino será debatido na cúpula a dos integrantes do Sistema de Integração Centro-Americano (SICA) com os da Comunidade do Caribe (Caricom), a ser realizada em El Salvador no dia 19 de agosto.

Canahuati disse que Honduras tem elaborado, atualmente, um documento sobre a posição quanto à petição palestina. Também afirmou que o documento está sendo redigido com o embaixador de Honduras nos Estados Unidos, José Ramón Hernández Alcerro, porque "como sabemos, isso também tem um impacto direto com o Congresso dos Estados Unidos, particularmente pela influência nas decisões finais que, de alguma maneira, podem prejudicar ou beneficiar Honduras".


Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Uruguai, Paraguai, Chile e Peru, diferentemente, já deram seu apoio à criação do Estado palestino. Esses países se somaram à Cuba, Venezuela, Nicarágua, República Dominicana e Costa Rica, que haviam outorgado o reconhecimento diplomático com antecedência.


Fonte: Iton Gadol
Tradução: Jônatha Bittencourt