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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Entrevista com porta-voz do exército de Israel

No dia seguinte aos ataques contra israelenses na fronteira com o Egito, que mataram oito pessoas, e dar início à mais nova onda de violência no Sul do país, conversei com a porta-voz do exército israelense, Avital Leibovich. Reproduzo, abaixo, toda a conversa:

DANIELA KRESCH – Quem foi responsável pelos ataques múltiplos na fronteira?

AVITAL LEIBOVICH – Sabemos com certeza que os terroristas partiram da Faixa de Gaza através do Sinai para chegar a Israel. Encontramos junto aos corpos deles equipamento que mostraram o quanto eles eram bem-treinados. Era equipamento de alto nível. Encontramos cintos com explosivos, algo em torno de três quilos de TNT, quatro granadas, rifles Kalatchnikov com cartuchos cheios de balas e outras coisas. Encontramos também algemas, o que nos leva a acreditar que o objetivo da ação também era o de sequestrar um cidadão israelense, se surgisse a oportunidade.

DANIELA – Os ataques podem complicar o relacionamento de Israel com o exército egípcio? 

LEIBOVICH – O nosso relacionamento com o exército egípcio é bom, é contínuo e forte. E, se depender de nós, vai continuar assim. 

DANIELA – Cinco soldados egípcios morreram em meio ao tiroteio entre soldados israelenses e os terroristas. Isso pode atrapalhar essa relação? 

LEIBOVICH – Não sabemos ainda todos os detalhes dessas mortes porque estamos justamente começando a investigar. Há vários pontos que teremos que checar, como por exemplo, se os terroristas estavam mesmo usando uniformes militares egípcios, como alegaram várias testemunhas oculares. Mas pode ser que as testemunhas tenham confundido os terroristas com soldados egípcios que estavam se defendendo. Vamos investigar.

DANIELA – A fronteira com o Egito estava tranquila até agora, não? 

LEIBOVICH – Isso não é verdade. Nos últimos meses, ela estava muito tumltuada. Toda a Península do Sinai está em polvorosa. Os tubos egípcios que transferem gás para Israel foram atacados duas vezes. Uma estação de polícia egípcia também foi atacada. É uma área onde atuam várias gangues e grupos terroristas. 

DANIELA – Como o exército israelense vai agir contra os constantes ataques de palestinos da Faixa de Gaza, com mísseis e foguetes, contra o país? 

LEIBOVICH – Não temos interesse numa escalada, mas por outro lado não podemos aceitar uma situação na qual grupos terroristas simplesmente ameaçam e ferem um milhão de israelenses, que precisam passar dias e noites em abrigos antiaéreos. Então vamos respostas à medida que esses ataques continuem e na medida certo. Minha experiência diz que não sabemos quanto tempo vai durar essa onda de ataques e contra-ataques. A realidade muda a cada momento. Pode durar horas, dias ou semanas.

Por Rua Judaica
Daniela Kresch - jornalista em Tel-Aviv

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