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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

EUA e Turquia: Síria deve fazer transição para democracia

Os Estados Unidos e a Turquia exigiram nesta quinta-feira que o Presidente Bashar Al-Assad acabe com o derramamento de sangue e ponha fim aos ataques e violência do Exército contra a população da Síria, e insistiram que o regime de Damasco tem de fazer a “transição para a democracia” tal como reclamam os manifestantes que desde Março protestam na rua.

A diplomacia norte-americana tem vindo a endurecer a sua posição contra Assad, e agora esperava-se que o Presidente Barack Obama exigisse pela primeira vez o afastamento do líder sírio, que sucedeu ao pai no poder em 2000. Numa conversa telefônica com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, Obama “reiterou a sua profunda preocupação pelo recurso à violência contra civis pelo Governo da Síria”, e ainda a sua “convicção de que as aspirações legítimas de transição para a democracia têm de ser atendidas”, informou a Casa Branca.

Mais tarde, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton apelou à China para "cooperar" com os Estados Unidos quanto à questão da Síria, e pediu à Rússia que pare de vender armas ao regime de Bashar Al-Assad. "Queremos que a China coopere connosco, queremos que a Rússia pare de vender armas ao regime de Assad", disse numa entrevista à estação de televisão CBS.

Mas o isolamento de Damasco pela comunidade internacional não parece demover Assad ou o Exército sírio, que nesta quinta-feira prosseguiu a sua ofensiva contra a resistência, aproveitando o mês do Ramadã. O Exército investiu contra duas localidades que até agora tinham sido poupadas à repressão: Saraqeb, no noroeste do país e junto da fronteira com a Turquia, e a cidade de Qusayr, na província central de Homs.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, mais de 100 pessoas foram detidas em Saraqeb, onde as forças do regime chegaram com catorze tanques e veículos blindadeos e 50 autocarros. “Começaram a disparar indiscriminadamente e a fazer buscas às casas”, disse fonte do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, a partir de Londres. Em Qusayr, cinco pessoas terão sido mortas depois do exército ocupar a cidade.

O regime levou jornalistas estrangeiros à cidade de Hama, onde começou a ofensiva, para demonstrar a retirada do Exército. Segundo escreveu a Reuters, a cidade estava calma, com as ruas desertas, as lojas fechadas e a população fechada em casa. Mas a presença das autoridades era visível, com checkpoints militares e atiradores furtivos dispersos pela cidade.

As estatísticas do grupo activista Local Co-ordinating Committees estimam que as forças sírias mataram uma pessoa por hora nos primeiros onze dias do Ramadã. Desde Março, quando começaram os movimentos de protesto contra Bashar Al-Assad, já terão morrido mais de duas mil pessoas.

Fonte: Público (Portugal)

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