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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

[Notícia Comentada] Aviação israelense mata palestino na Faixa de Gaza

"Os alvos foram identificados com sucesso"
Um palestino morreu e outros cinco ficaram feridos na madrugada desta quarta-feira em dois ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza, informou a Jihad Islâmica.

Os ataques visaram o bairro de Zeitoun, na Faixa de Gaza, e mataram Ismaïl al Areer, 22 anos, membro das Brigadas Al-Qods, o braço armado da Jihad Islâmica.

Os cinco feridos também pertencem à Jihad, segundo o grupo islâmico.

O exército israelense informou em um comunicado que sua aeronave tinha como alvo dois pelotões terroristas que preparavam-se para lançar foguetes contra soldados israelenses em duas locações diferentes no nordeste da Faixa de Gaza.

"Os alvos foram identificados com sucesso, evitando o lançamento dos foguetes", informou o comunicado.

No último domingo, aeronaves israelenses lançaram dois ataques contra a Faixa de Gaza em resposta ao lançamento de um foguete dos Territórios Palestinos controlados pelo Hamas na região de Eshkol, sudeste de Israel, no dia anterior, sem deixar vítimas.

Em outubro, o chefe do exército israelense alertou que ataques repetidos vindo da Faixa de Gaza levariam Israel a uma ação mais "agressiva" na Faixa de Gaza.

Fonte: AFP/ANP


COMENTÁRIO:

Normalmente, matérias oriundas da AFP sempre têm "pano pra manga". Os seus títulos continuam da mesma forma, tradicionais, tendenciosos. Bem, pra quem gosta de sair concluindo uma notícia pelo título, fica evidente a criminalização da Força Aérea de Israel.

Quando começamos a analisar quem são as reais vítimas, quer sejam palestinos ou não, podemos chegar à conclusão de que não são meros civis atingidos acidentalmente ou que fazem parte do resultado de um ataque terrorista, mas são pessoas que fazem parte de um grupo de risco, um grupo seleto: integrantes do braço armado da Jihad Islâmica - aceitem ou não, conhecidos por suas práticas terroristas.

No quarto parágrafo, podemos confirmar o propósito israelense: "dois pelotões terroristas que preparavam-se para lançar foguetes contra soldados israelenses". Podemos chegar à conclusão de que a operação obteve êxito? Você pode até suavizar a expressão "terrorista", aplicando o termo "palestinos" às vítimas (como a AFP o fez), correlacionando-os à causa palestina e a um sentimento de comoção pela suposta inferioridade dos "ativistas" (como são comumente considerados). No entanto, a fonte das informações é a própria Jihad Islâmica, e esta afirma que apenas integrantes de seu grupo foram atingidos, ou seja: missão israelense realizada com sucesso.

Os dois últimos parágrafos, aos olhos de alguns, pode, soar um tanto opressivos: Israel lançou ataques "contra a Faixa de Gaza em resposta ao lançamento de um foguete dos Territórios Palestinos", por mais que este não tenha deixado vítimas. Mas, afinal de contas, é necessário o registro de vítimas  para que intervenções militares de defesa sejam realizadas? Israel alerta para ações mais "agressivas" - não importa quão "indelicada" seja a expressão utilizada pelo chefe do exército -, mas o Hamas, a Jihad Islâmica e outros grupos extremistas nem sequer informam quando atacarão; bombardeiam regiões atingindo cidadãos israelenses indiscriminadamente; em suma, não precisam declarar que tomarão medidas mais rígidas, pois são extremistas - sua própria designação os classifica.

No final das contas, podemos concluir que o alvo de Israel não é a causa palestina, mas a articulação terrorista em si. Felizmente, não houve nenhum civil entre as vítimas - o que infelizmente não acontece quando terroristas utilizam sua população local como escudos-humanos (o Hamas que o diga).

Análises de matérias jornalísticas como a apresentada acima são extremamente importantes. Muitas vezes nos acostumamos a receber informações sem ao menos filtrá-las, podendo chegar a conclusões equivocadas a respeito de temas tão importantes quanto o conflito israelo-palestino.

Por Jônatha Bittencourt

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