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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mercosul assina Tratado de Livre Comércio com a Autoridade Palestina

A cerimônia também foi assistida pelos presidentes de
Uruguai, Paraguai, Venezuela, Argentina e Brasil.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) mostrou seu apoio simbólico à Autoridade Palestina com a assinatura de um Tratado de Livre Comércio (TLC), durante a XLII cúpula de presidentes do bloco comercial sul-americano. O acordo foi assinado em Montevidéu pelo ministro de Relações Exteriores palestino, Ryiad al-Malki, e os chanceleres dos quatro países membros com plenos direitos do bloco, o uruguaio Luis Almagro, o paraguaio Jorge Lara Castro, o argentino Héctor Timerman e o brasileiro Antônio Patriota.

A cerimônia, que foi a portas fechadas, também foi assistida pelos presidentes José Mujica (Uruguai), Fernando Lugo (Paraguai), Dilma Roussef (Brasil), Hugo Cháves (Venezuela) e a presidente argentina Cristina Fernández.

Fernandéz participou no ato poucos minutos depois de receber a notícia da morte, num hotel de Montevidéu, do subsecretário de Comércio Exterior de seu governo, Iván Heyn, que havia ido ao Uruguai para participar da reunião.

A assinatura da integração foi dramatizada pelo lado palestino como um "triunfo", segundo palavras do ministro Al-Malki, que tratou de transformá-la num golpe de efeito - porque devido ao pequeno volume de produção palestina, o pacto tem um insignificante impacto para a economia dos países sul-americanos.

O Mercosul, que é o quarto bloco comercial do mundo e o maior produtor de alimentos, "tem uma dimensão muito importante, e o fato de quererem assinar um TLC conosco reflete seu apoio político. É uma vitória para nós", exagerou Al-Malki.

Quanto à sua aplicação comercial, Al-Malki destacou que o governo palestino e os empresários desse território terão, agora, "que estudá-lo intensamente" para poder explorar suas possibilidades e conferir qual o volume de produtos da Palestina interessa os países do Mercosul e vice-versa.

Em suma, o TLC se resume a uma cópia do convênio assinado entre o Mercosul e Israel em 2007, que entrou em pleno vigor neste ano, e supõe ser um passo simbólico e cauteloso dos países sul-americanos para balancear com o mundo árabe o forte apoio concedido ao Estado judeu. Não implica nenhum prejuízo aos israelenses e o acordo fechado com os palestinos também neutraliza o mal-estar dos países árabes.

Segundo dados da Associação Latinoamericana de Integração do período 2001-2010, as exportações do Mercosul para a Autoridade Palestina cresceram de 103.000 dólares em 2003 para 1,7 milhões em 2010, enquanto que as importações totais aumentaram em 92.000 dólares, o custo de compras da Argentina no ano de 2009.

Antes de assinar o documento, o embaixador palestino na Argentina, Walid Muaqqat, falou durante o Conselho do Mercado Comum, antes da cúpula do Mercosul - que reuniu os ministros de Relações Exteriores e de Economia do bloco. Malki "agradeceu" aos países do grupo "pela ajuda proporcionada" e considerou "um grande apoio para a economia palestina".

Além disso, o ministro palestino não perdeu a oportunidade - os funcionários palestinos quase nunca a perdem - para difamar Israel, acusando-o de ser "o grande obstáculo da paz" e que "falta seriedade a Israel nas negociações para alcançar uma paz definitiva", porque segundo suas afirmações, o Estado judeu continua "confiscando territórios palestinos e queimando mesquitas", um tipo de declarações que sempre encontram um ávido eco da imprensa espanhola, que tem muito pouca profundidade, mas que sempre consegue muita difusão.

Fonte: Aurora / EFE
Tradução: Jônatha Bittencourt

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