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sábado, 24 de dezembro de 2011

Extremistas israelenses de direita contradizem o legado judaico

Esse não é legado que a herança judaica ensinou
ao mundo ocidental.
Nas últimas semanas houve um aumento significativo de ataques perpetrados por um grupo de israelenses da extrema-direita, composto tanto por colonos assentados e por pessoas que pertencem à Linha Verde (Green Line). Duas mesquitas foram incendiadas, uma delas em Jerusalém, e as frases “preço” e “árabe bom é árabe morto” foram gravadas nas paredes. Antes disso, carros de árabes na Judeia e na Samaria (Cisjordânia) foram incendiados e apedrejados, e colheitadeiras de oliva, pertencentes a árabes, também foram alvo. Em um ataque sem precedentes, realizado nessa semana, por volta de 50 extremistas invadiram a base militar de Efraim, feriram os soldados e atiraram pedras no carro do comandante da base.

O porta-voz da comunidade de assentados condenou os ataques usando os termos mais fortes possíveis, e requereu que as autoridades encontrem e punam os envolvidos. Em uma cerimônia para acender uma vela pelo Chanucá, na terça-feira à noite, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu discursou duramente contra esse fenômeno e prometeu que as pessoas envolvidas seriam capturadas: “Se não impedirmos isso, vai se espalhar”, disse.

Comentário:

O recente aumento dos ataques “preço” segue a destruição de alguns postos de assentamentos, e a decisão de demolir mais desses postos. Alguns porta-vozes desses colonos assentados destacaram a falta de lógica, pela permissão de construções árabes ilegais com a consequente destruição de lares judeus. Eles também destacam a fuga da faixa de Gaza como algo que traumatizou muitos assentados e que fez com que muitos perdessem a confiança nas autoridades. Há outros fatores, tal como a questão da propriedade da terra onde os assentamentos foram construídos, permissões implícitas do governo para construírem os assentamentos, em primeiro lugar, a discriminação política e da mídia (para não dizer demonização) dos colonos, e não esquecendo, ataques de árabes aos colonos.

Muito embora exista um contexto histórico e político para os ataques “preço” – há um abismo intransponível entre essa definição e os ataques. Nada justifica ataques deliberados a civis em suas propriedades. Felizmente, ninguém foi morto nesses ataques, mas se não pararem, isso pode mudar nos próximos ataques.

Esse não é legado que a herança judaica ensinou ao mundo ocidental. A tradição judaica posiciona a vida humana no local mais alto na escala de valores, e os nossos sistemas legais ocidentais são construídos em cima dessa herança judaico-cristã. Aliás, esse nem é o caminho escolhido pela democracia israelense, que na sua Declaração de Independência afirma que o Estado de Israel “será baseado na liberdade, na justiça e na paz, como imaginado pelos profetas de Israel; assegurará completa igualdade aos direitos políticos e sociais para todos os habitantes, independentemente de religião, raça ou sexo”.

Os ataques “preço”, perpetrados por pessoas que acreditam no direito do povo judeu a possuírem a sua antiga terra natal, estão, de fato, debilitando a sua própria presença dos judeus nessa terra. Os que cometem os ataques também estão violando direitos básicos dos judeus, ao atacarem pessoas inocentes. Isso não pode ser tratado com suavidade. A massiva atenção que a maioria da imprensa deu a esse fenômeno em Israel e a agitação que isso causou na sociedade israelense oferecem esperança de que as pessoas envolvidas serão capturadas, e de que o fenômeno chegará ao fim.

Fonte: Word of Life Israel

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