Páginas

domingo, 18 de dezembro de 2011

Israel conclui a troca por Shalit libertando 550 presos palestinos

A escolha dos prisioneiros a serem liberados foi parte de
recomendação para reforçar a imagem de Abbas.
Israel cumprirá hoje o restante do acordo alcançado para o retorno de Gilad Shalit para o seu lar, liberando mais 550 presos palestinos - nenhum deles assassinou israelenses - na segunda fase da troca iniciada há dois meses. Esta segunda lista de prisioneiros, publicada na quarta-feira passada, foi selecionada por Israel (como constava nos termos da troca), por isso não inclui terroristas do Hamas ou da Jihad Islâmica.

Quase todos voltarão para as suas casas na Cisjordânia, embora na relação haja 43 da Faixa de Gaza, dois de Jerusalém Oriental e outros dois jordanianos. A maioria estava condenada a no máximo cinco anos de detenção, com grande parte prestes a cumprir sua pena.

Mais da metade, precisamente 300, pertencem ao movimento nacionalista Fatah, que é liderado pelo presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas.

Essas foram as recomendações do Exército de Defesa de Israel para reforçar, diante dos palestinos, a imagem de Abbas (que teoricamente aprova negociações com Israel) frente ao Hamas, grande beneficiado da primeira fase da troca ocorrida em outubro.

Na primeira fase da troca, Israel soltou 477 prisioneiros palestinos (incluindo responsáveis diretos de atentados que deixaram dezenas de mortos) em troca do soldado Shalit, que havia sido capturado cinco anos atrás por três grupos terroristas palestinos, dentre eles o braço armado do Hamas.

A Corte Suprema eliminou a última trava para a conclusão do acordo.

A presidente da Corte máxima, Dorit Beinish, e outros dois magistrados, Asher Grunis e Elyakim Rubinstein, negaram a petição apresentada pela organização Shurat HaDin e duas famílias de vítimas israelenses, que solicitava o adiamento da liberação. No pedido, alegavam que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, deveria entrar num consenso com seu governo a respeito de uma lista clara de critérios para a seleção dos presos que recobrariam a liberdade. Também argumentavam que o Executivo não havia dedicado o tempo suficiente para analisar a decisão "com profundidade".

A Corte respondeu que a troca era uma decisão política e que já estava sendo aplicada.

Na última quinta-feira, os presos receberam notificação de sua libertação, além de uma identificação preliminar e passaram por exames médicos. Posteriormente, foram transferidos para as prisões de Ayalon, situada em Jerusalém e Tel-Aviv; e de Ofer, próxima a Ramallah, das quais sairão escoltados.

Dentre os liberados está o franco-palestino Salah Hamuri, membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), preso em 2005 por planejar o assassinato em Jerusalém do líder espiritual do partido ultraortodoxo sefardi, Ovadia Yosef.

A inclusão de Hamuri seria um tipo de "compensação" para acalmar os ânimos devido ao descrédito de Netanyahu ao trabalho diplomático de Paris em prol da libertação de Shalit, que além de israelense tem cidadania francesa, segundo publicou o Haaretz.

Para a cerimônia de regresso de Shalit, o presidente Nicolas Sarkozy ofereceu a Netanyahu um helicóptero militar francês para transportar o jovem do Egito para uma base aérea israelense, mas o pedido havia sido rejeitadoTampouco Netanyahu teve palavras de reconhecimento à França por seus esforços, enquanto que foi expresso publicamente um agradecimento aos mediadores egípcios e alemães. 

A indignação de Sarkozy diante desse comportamento explica, de fato, seu já famoso diálogo com o diplomata estadunidense, Barack Obama, no qual rotulou Netanyahu de "mentiroso", segundo ele mesmo comentou aos líderes judeus, conforme relata a imprensa.

Fonte: EFE / Aurora
Tradução: Jônatha Bittencourt

0 comentário(s):

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário.