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sábado, 24 de dezembro de 2011

Síria: cristãos temem massacre se Assad for derrubado do poder

Os cristãos sírios estão vivendo um Natal severo em solidariedade aos mortos em seu país, por mais que não temam ser bem-vindos em sua própria terra se os islamitas ascenderem ao poder e o regime de Bashar al-Assad for derrubado.

O cristão ortodoxo George Juri, de 50 anos, vive numa luta intensa entre seus sentimentos de cansaço e medo diante da perspectiva de que os islamitas governem se Al-Assad cair, e da culpa de se encontrar a salvo em Damasco enquanto que outros compatriotas seus sofrem a insegurança após nove meses de agitação popular.

Por isso, os enfeites e luzes que decoravam as casas e igrejas no ano passado desapareceram e os fiéis se dispuseram a celebrar o Natal de forma espartana, limitando-se a datas religiosas importantes.

A festividade está marcada pelos mais de 5.000 mortos que, segundo a ONU, foram registrados desde o início dos protestos iniciados em março contra a repressão militar que, no entanto, fracassou ao tentar evitar que os manifestantes saíssem às ruas das cidades sírias em cidades como Deraa (sul), Homs (centro) e Hama (centro).

O governo sírio afirma que está sendo ameaçado por radicais islâmicos, situação na qual muitos cristãos se colocam do lado do governo, e prova disso é que os distritos e as localidades com maioria desse credo têm permanecido tranquilos desde março.

Os cristãos representam 10% dos 22 milhões de sírios e estiveram presentes na região há 2.000 anos. Pertencem a várias igrejas como a ortodoxa, a católica e a assíria.

"A Síria é o meu país", afirmou Juri. "Nasci aqui e morrerei aqui. Farei o que for preciso para protegê-la e acredito que deveriamos dar uma oportunidade ao regime."

No entanto, Juri se mostrou contrário à violência e muito triste pelas mortes.

Fonte: EFE
Tradução: Jônatha Bittencourt

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