O Financial Times modificou unilateralmente o significado das palavras do Hamas. |
O Hamas não faz diferença entre soldados israelenses, civis, homens, mulheres, crianças ou bebês quando executa ataques terroristas. Para o Hamas, todos eles são potenciais soldados e alvos legítimos. É por isso que os israelenses e a maioria dos meios de comunicação sabiam exatamente do que o Hamas estava falando ao se regozijar por ter matado 1.365 "soldados sionistas" durante os 24 anos de sua existência.
Mas não o Financial Times, que publicou o seguinte, referindo-se aos "soldados israelenses" da classe puramente militar:
No mesmo dia, para lembrar o mundo de sua herança violenta, a ala militar publicou uma lista de seus feitos sangrentos desde 1987. Entre outros, afirma ter matado 1.365 soldados israelenses, disparando 11.093 foguetes e morteiros contra Israel, realizando 87 ataques suicidas com bombas.
Destacamos em nosso blog Backspin que é importante entender que o Hamas almeja deliberadamente alvos civis e militares da mesma forma. Afirmando que o Hamas matou somente soldados, encobre a agenda assassina indiscriminada da organização e é, consequentemente, uma informação incorreta do que o Hamas realmente disse.
Acreditando que o Financial Times tivesse cometido um erro inócuo, contatamos o jornal solicitando uma correção. Essa foi a resposta:
Obrigado por seu e-mail, que acompanhei com Tobias Buck, nosso chefe de escritório de Jerusalém, e não sentimos que isso justifique uma correção. A coluna apresenta claramente as reivindicações do Hamas em Gaza. A declaração foi realizada no site oficial das Brigadas Qassam e se referiu a "1.385 soldados sionistas". Nós e todos os outros meios tendemos a traduzir "sionistas" por "israelenses", já que esse é o seu significado. O Hamas claramente não falou sobre civis. Na sequência, encontrará links para a página do Hamas e à publicação da AFP desse dia, que também se refere a "soldados israelenses".
Se o Hamas "claramente não falou sobre civis", como Tobias Buck explica as próprias estatísticas de vítimas da organização israelense de direitos humanos (e fonte favorita dos meios de comunicação internacionais) B'Tselem que remontam a 1987, quando o Hamas foi formado?
Diferentemente do Hamas, B'Tselem faz distinção entre vítimas civis e militares de ambas partes - israelenses e palestinas. À medida que totalizamos o número de soldados e civis israelenses mortos por palestinos (incluindo todos os grupos terroristas, não só o Hamas), surgiu o seguinte:
- 492 membros das forças de segurança israelenses mortos por palestinos;
- 1025 civis israelenses mortos por palestinos;
- Número total de israelenses mortos por palestinos desde dezembro de 1987 até os dias de hoje: 1517.
Se Tobias Buck tivesse se preocupado em fazer uma tão simples comprovação dos fatos, teria se dado conta de que o Hamas não poderia estar se referindo somente aos soldados quando citou a cifra de 1.365, considerando uma conta superior aos 492 soldados e 1.025 civis, e que outros grupos terroristas palestinos seriam responsáveis por uma proporção dessas mortes.
Inclusive o site de Al-Qassam, ao qual o Financial Times se refere em seu próprio e-mail, entitula o seguinte: "Al-Qassam realizou 1.106 operações, matando 1.365 sionitas". Não são 1.365 soldados sionistas ou soldados israelenses, mas simplesmente sionistas. Segundo o FT, tendem a "traduzir 'sionistas' por 'israelenses', já que esse é o seu significado". Nesse caso, é exatamente isso a que o Hamas se refere: israelenses.
Se, como diz o FT, limitaram-se a repetir as afirmações do Hamas, palavra por palavra, então deveria ser publicada uma citação, por exemplo, referindo-se aos "soldados sionistas" e acrescentando a ressalva de que isso na realidade faz referência a todos os israelenses, independentemente de serem ou não militares ou civis.
Pelo contrário, o FT (e a AFP) modificou unilateralmente o significado das palavras do Hamas, desinfectando a realidade da agenda do Hamas - de matar indiscriminadamente tantos israelenses quanto for possível.
O fato do FT ter se negado a modificar ou corrigir seu erro é simplesmente falta de ética e falta de profissionalidade jornalística.
Continuaremos exigindo uma correção e o reconhecimento do erro por parte do FT. Enquanto isso, você também pode somar sua voz a esse apelo enviando seu e-mail, em inglês, para o Financial Times: corrections@ft.com
Por favor, compartilhe pelo Twitter, pelo Facebook e por outros meios, ou vincule esse artigo em seu blog, site ou rede social. A correção dos registros sobre o número de civis israelenses mortos pelo Hamas só será eficaz quando chegar a um grande número de leitores, especialmente através da central de buscas do Google. Criar um link para essa página com o texto "as vítimas civis do Hamas" ajuda a elevar este artigo às primeiras colocações nos resultados de busca.
Fonte: Reporte Honesto
Tradução: Jônatha Bittencourt
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