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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Paz Agora

Ninguém fala que o Estado Judeu tem o direito de existir. Ninguém fala que os judeus têm o direito de viver como tal, em qualquer lugar. Mas gente nossa, o “Paz Agora” e outros, defendem o direito dos palestinos de hoje, sem pensar em si mesmo. O direito deles deve respeitar o direito de Israel, o que não acontece, tornando difícil defender direitos que se opõem, com violência, ao direito do Estado Judeu existir.

Vejamos como os judeus são tratados nos países árabes muçulmanos:

Judeus não são cidadãos (ou lhes são retirada a cidadania) dos Estados Árabes. São tratados como cidadãos de segunda classe. Aliás, Karl Marx já havia informado a respeito do tratamento de segunda classe aos não-muçulmanos, pois os muçulmanos dividem o mundo entre os fiéis e infiéis (os que não seguem o islamismo).

Judeus têm uma carteira de identidade especial, onde figura, em letras grandes, “Judeu”. Isso nos foi mostrado por judeu egípcio, expulso em 1956 por Nasser, vindo ao Brasil.

As instituições comunitárias judaicas são fechadas ou nacionalizadas.

Judeus estão sujeitos a restrições e quotas. O judeu egípcio nos dizia que, tal qual existe aqui a Lei dos 2/3, referente ao quantitativo de empregados brasileiros das empresas, existe lá a Lei de 80% de muçulmanos, de qualquer nacionalidade; judeus, mesmo egípcios, ficam incluídos nos 20%.

Judeus são banidos dos empregos públicos.

Em muitos Estados Árabes os judeus estão proibidos de viajar ou deixar o país.

Judeus estão submetidos a prisões arbitrárias, “acusados” de “sionistas”.

Muitos judeus foram executados sob falsas acusações.

Os judeus tiveram suas contas bancárias congeladas e propriedades sequestradas, como os expulsos por Nasser em 1956/57. Não se fala em indenização.

Os judeus eram obrigados a dar sociedade aos muçulmanos nas suas empresas.

Os refugiados judeus dos Estados Árabes, que foram expulsos, não mereceram o status de refugiados, sendo cerca de 900 mil.

Chama a atenção que nenhuma das organizações dedicadas aos Direitos Humanos protesta contra as discriminações e contra as violações aos direitos humanos naqueles países. Contra os judeus, pelo que parece, não há violação dos direitos humanos.

Por outro lado, para um acordo com os palestinos é preciso haver vontade dos dirigentes palestinos para aceitar o Estado Judeu. Para fazer a guerra basta um querer; para fazer a paz é preciso que dois o queiram. É impossível um acordo com quem considera o outro de modo inferior, de segunda classe. O anteprojeto da Constituição do futuro Estado Palestino inclui artigo onde fica claro que a legislação do Estado se baseia na Sharia, a lei islâmica decorrente do Alcorão. E esta lei impõe a segunda classe aos infiéis. O atual dirigente palestino, Mahmoud Abbas, defendeu tese de mestrado na Universidade Patrick Lumunba na antiga URSS, sobre a negação do Holocausto. Os livros escolares da Autoridade Palestina indicam que Israel não existe e incitam o ódio aos judeus e israelenses. Dizem que Abbas é um moderado, na realidade é tão anti-Israel quanto o Hamas, mas o faz de maneira light. Por enquanto, a paz deve esperar, para se mostrar presente, por ausência de um interlocutor e que seja um estadista de verdade e queira a paz.

Foi Zeev Jabotinsky, no seu ontológico texto, “A Muralha de Ferro”, quem profetizou que é necessário enfrentar todos os ataques até que, vendo não poder Israel ser derrotado, entrarão em campo os moderados. A verdade é que os muçulmanos também pensam assim, e não têm respeito pelos seus, deixando-os como refugiados há mais de 60 anos, só para servir aos seus interesses políticos, cansando os israelenses e judeus, que passam a pensar em Paz Agora, a qualquer preço. Mas, parece, entre os palestinos, já está surgindo um grupo de Paz Agora e assim surge a esperança de paz.

Por Herman Glanz / Jornal Alef

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