Com a vitória da Irmandade Muçulmana, espera-se o fim do tratado de paz. |
Em declarações à rádio militar, Vilnai referiu que Israel está a preparar-se para a possibilidade de uma vitória da Irmandade Muçulmana nas próximas eleições legislativas egípcias, na segunda-feira.
No caso de uma vitória da Irmandade Muçulmana, Israel espera uma "expressiva erosão" do tratado de paz entre os dois países -- o primeiro entre uma nação árabe e o Estado judaico.
O Egito e Israel assinaram um acordo de paz em 1979, que tem sido um importante fator de estabilização na volátil região do Oriente Médio.
O Egito e Israel assinaram um acordo de paz em 1979, que tem sido um importante fator de estabilização na volátil região do Oriente Médio.
O ministro israelense acrescentou esperar que o chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas egípcias, o marechal Hussein Tantaoui, consiga evitar o "caos geral" no Egito.
"A situação (no Egito) é problemática, sensível e não é clara. Tantaoui tenta evitar o caos e transmitir o poder da forma mais ordenada possível. Esperamos que consiga... porque senão será o caos geral", sublinhou.
O ministro disse que os israelenses responsáveis estão em contato permanente com o Conselho Supremo das Forças Armadas egípcias e com Tantaoui.
"Aparentemente, o caos atual vai resultar numa maioria para os fundamentalistas, que estão organizados, tem solidez financeira e estão implantados em todo o Egito. Esta é a nossa principal preocupação", explicou Vilnai.
Questionado sobre uma eventual anulação do tratado de paz entre Israel e o Egito, considerou: "Atualmente, e destaco a palavra atualmente, uma anulação não está na ordem do dia".
O ministro adiantou que "a partir do momento em que o poder se estabilize, após um longo processo eleitoral que deve durar seis meses, Israel espera uma expressiva erosão" do tratado. "Estamos prontos para qualquer desenvolvimento e não queremos tomar decisões prematuras, mas de momento é tudo muito preocupante", disse.
O exército, que dirige o Egito desde a queda de Hosni Mubarak em Fevereiro, prometeu na terça-feira realizar eleições presidenciais antes do final de Junho de 2012 e um possível referendo sobre a transferência do poder, perante dezenas de milhares de manifestantes que exigiam o seu regresso às casernas.
O general na reserva Nati Sharoni, presidente do conselho para a paz e segurança, afirmou à rádio pública que o acordo de paz de 1979 não será anulado pelo Egito. "Este acordo será mantido, não pelo amor a Israel, mas porque serve os interesses fundamentais egípcios", disse.
O diário Haaretz noticiou que "altos responsáveis egípcios", incluindo o chefe dos serviços de informações, o general Murad Muwafi, garantiram aos interlocutores israelenses que o acordo de paz não será posto em causa.
O jornal adiantou que a situação no Egito e na Síria dominou a apresentação anual, na terça-feira, ao gabinete de segurança israelense das diferentes estimativas e análises da Mossad (serviço de informações), Shin Beth (serviços de segurança interna) e do serviço de informações do exército.
Fonte: Diário de Notícias Globo
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