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domingo, 27 de novembro de 2011

Após a Primavera Árabe, Inverno

Quando a Primavera Árabe estourou no Oriente Médio e no norte da África, ela foi, sem hesitação, acolhida pelos líderes ocidentais. Todo mundo esperava pelo melhor, mas a esperança não é o suficiente. O tiroteio contra os protestantes na praça Tahrir pelo exército egípcio é o sinal mais recente de que a Primavera Árabe está dando lugar ao Inverno Árabe. As eleições têm, de fato, ocorrido na Tunísia, mas na Algéria têm servido apenas como um trampolim para os organizados partidos islâmicos obterem o poder. No Egito, as pesquisas já sugerem um triunfo similar para os islamitas. Os objetivos políticos da Irmandade Muçulmana são semelhantes aos dos khomeinistas revolucionários no Irã.

As eleições da Líbia estão distantes, mas os islamitas têm uma vantagem inicial. O resultado final pode acabar servindo de impulso para que a democracia produza justamente o contrário: o preceito da militância islâmica. Será muito mais difícil justificar a intervenção na Libia, já que deve ser apresentado que a OTAN meramente facilitou uma conquista islâmica. Em longo prazo, a democracia representativa fornece as únicas respostas às falhas do mundo árabe. Em curto prazo, esse processo tende a ser complexo, árduo e sangrento.

Por Douglas Murray / Spectator-UK
Tradução: Jônatha Bittencourt

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