Desde os protestos na praça Tahrir, os cartunistas também têm mais liberdade. |
Os mais populares cartunistas egípcios podem se esbaldar. Hoje e amanhã (a matéria foi originalmente publicada no dia 23 de maio) 52 milhões de eleitores poderão votar para escolher o novo presidente. Treze candidatos asseguram ser o líder ideal para o Egito pós-Primavera Árabe. As opiniões variam sobre quão democrática será esta eleição. Para muitos, a poderosa alta cúpula do exército é uma pedra no sapato.
“A revolução egípcia não existe.” “Estão fazendo um jogo cômico no Egito.” “A revolução continua, independente de quem for presidente.” “Deus, proteja os jovens do Egito.” Estas foram algumas das reações provocadas pelos cartuns publicados pela redação árabe da Radio Nederland no Facebook e em seu próprio site. Os leitores ‘curtem’ as ilustrações satíricas de um Mubarak renascido, um general que treme diante do Facebook e dos esforços de uma jovem democracia.
Os egípcios adoram piadas, sátiras e intrigas. O Egito também é o berço dos cartuns políticos árabes. Os jornais estão repletos, e no Facebook e websites sobre política também há uma enxurrada de cartuns. Críticos, afiados e sarcásticos, eles divertem um público amplo de leitores.
Desde os protestos na praça Tahrir, os cartunistas também têm mais liberdade. Se antes o presidente não podia ser pessoalmente atacado, agora todo mundo é alvo de piada: militares de alto escalão, políticos e líderes religiosos. Por exemplo, um líder salafista foi recentemente alvo de inúmeros cartuns depois que – falsamente – negou ter feito uma rinoplastia.
Só há um tema no qual os cartunistas não ousam tocar: religião. Este ainda é um assunto muito delicado, mas fora isso, a liberdade é total.
Fonte: RNW
Ilustrações: Cartoon Movement
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