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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Diferenças Respeitadas: Judeus rezam numa mesquita em Nova York

"Temos que querer bem os nossos irmãos.
Quem diz o contrário não segue o Corão."
"Os vizinhos judeus do Bronx ficaram sem um lugar de culto e sem dinheiro para alugar um lugar, e os vizinhos muçulmanos tinham espaço de sobra", explicou Patricia Tomasulo, católica praticante e neta de italianos, que conseguiu que o Centro Cultural Islâmico dos Estados Unidos abrigasse uma sinagoga ultraortodoxa.

A sinagoga Beit Menachem se encontra na planta baixa do Centro Cultural Islâmico e compartilha a fachada com a escola islâmica e a creche Barack Hussein Obama. A mesquita ocupa todo o primeiro piso, justamente acima do templo judeu.

"A comunidade judaica do bairro produz muita admiração em mim e é uma honra, uma experiência muito positiva, tê-los aqui", afirmou o imã Moussa Drammeh.

"O Corão dedica o seu capítulo 2, verso 62, aos judeus, cristãos, sabeus, que creem em Allah e no último Dia, e fazem o bem", asseverou o imã e acrescentou: "Temos a obrigação de querer bem os nossos irmãos; quem disser o contrário não segue o Corão e é um hipócrita".

"Os crentes, os judeus, os cristãos e os sabeus, enfim todos os que creem em Allah, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se angustiarão." Alcorão 2:62.

"O Corão nos empurra a nos relacionarmos com boas pessoas. Com quem deveria me unir?", perguntou o imã Drammeh: "Com pessoas da minha religião mas que fazem o mal?".

"Um muçulmano de verdade não causará dano aos cristãos e aos judeus", explicou enquanto abria a porta para que os jovens rabinos da sinagoga pudessem entrar com sua comida kosher e com a Torá, seu texto sagrado.

Numa visita ao centro numa sexta-feira à tarde, antes do pôr-do-sol, o imã e a sua congregação prepararam uma ceia halal enquanto comentava o noticiário de um canal de televisão iraniana, e o rabino e a sua congregação preparavam-se para celebravar o Shabat numa sala ao lado.

"O imã Moussa Drammeh nos fez sentir muito à vontade aqui e estamos felizes de ter um espaço para celebrar o Shabat e as nossas festas religiosas", explicou o rabino Meir Kabakov, que se reune com sua congregação e com os alunos de estudos rabínicos nas sextas-feiras, nos sábados e em todas as festas religiosas.

O Centro Cultural Islâmico, situado num edifício que há uma década era a oficina mecânica do bairro, também cedeu suas salas para aulas de judaísmo ensinadas a mulheres ao longo da semana.

O rabino Kabakov não vive no Bronx, mas no Brooklyn, e todas as sextas-feiras faz o percurso de trinta quilômetros carregando a Torá e a comida kosher para poder se reunir com a comunidade de judeus ultraortodoxos da região, a maioria octogenários. Após o pôr-do-sol não pode voltar para o Brooklyn de automóvel ou transporte público já que é contrário aos preceitos do Sabbat, e faz o trajeto de mais quatro horas a pé carregando de volta a Torá.

"Me impressiona que caminhem debaixo da neve, da chuva, do vento ou do sol para se reunirem com sua congregação", declarou o imã enquanto se preparava para celebrar uma ceia com comida halal.

Nos últimos anos, a comunidade judaica dessa região do Bronx envelheceu e os jovens mudaram para outros bairros e locais fora de Nova York. As dezenas de sinagogas do bairro foram se fechando à medida que ficavam vazias.

León Bleckman, um vendedor aposentado, costumava ajudar a sinagoga Tzeirei Israel, que se viu obrigada a fechar em 2008 por falta de dinheiro. Tomasulo e um grupo de alunos de estudos rabínicos conseguiram que o Centro Cultural Islâmico lhes cedesse um local.

"Ter um lugar de culto é um direito fundamental", disse Tomasulo, que coopera todos os domingos com uma igreja da esquina mas ensina em aulas de tolerância religiosa no centro islâmico.

"Agora este é o único local onde posso celebrar as festividades judaicas no nordeste do Bronx", afirmou León Bleckman.

"A experiência não poderia ter sido mais positiva e é um exemplo a seguir, se levarmos em conta o que está acontecendo no Oriente Médio", concluiu Bleckman enquanto que saudava a um dos alunos que estuda na escola islâmica: "Gostaria que as crianças das escolas públicas do bairro fossem tão educadas como os alunos deste centro".

Via: Israel en Línea
Tradução: Jônatha Bittencourt

2 comentário(s):

Unknown disse...

MUito bonito,porque somos filhos do mesmo Pai ABRAHÃO e somos moneteístas. ABDALAH IBN SAID ABU ISRAIL.

Anônimo disse...

ISSO É O ISLAM, A RELIGIÃO DA PAZ

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