As ruas dessa cidade imperial e pagã deixaram o esqueleto estrutural da atual Jerusalém. |
O período da Aelia Capitolina na história de Jerusalém não é o de maior apelo para a arqueologia israelense investigar. A Aelia Capitolina é a própria personificação da derrota e destruição - uma lembrança da humilhação da destruição do Segundo Templo, que ergueu um templo pagão em seu lugar. A Aelia Capitolina foi criada para substituir Jerusalém pelo imperador romano Adriano entre 130 e 140 d.C.. Após a revolta de Bar Kochba de 135 d.C., os judeus foram proibidos de entrar na cidade. Seus habitantes mais importantes eram os soldados da 10ª Legião, que permaneceriam acampados em Jerusalém por 200 anos.
Essa imagem distanciou a Aelia Capitolina dos país da arqueologia israelense, que foram naturalmente atraídos para a ornamentada cidade judaica que a precedeu. "Ninguém escondeu a Aelia Capitolina, mas queriamos falar sobre o Segundo Templo," diz o Dr. Ofer Sion, da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). "A Aelia Capitolina era uma cidade maldita, uma cidade a partir da qual fomos banidos. Era mais idealista escavar o Segundo Templo".
Após a recente onda de escavações, que começaram em meados dos anos 1990, os arqueólogos tornaram-se mais e mais convencidos de que a Aelia Capitolina era uma cidade muito maior e mais importante do que se pensava, e sua influência no posterior desenvolvimento da moderna Jerusalém foi dramático, noticia o Haaretz. Ironicamente, de fato são as ruas dessa cidade imperial e pagã – que supostamente não deixaram nenhuma herança cultural ou espiritual para a moderna Jerusalém – que deixaram o esqueleto estrutural da cidade que tem sobrevivido até hoje.
Não só a Cidade Antiga e as suas imediações apareceram em novas descobertas da Aelia Capitolina. As escavações feitas há alguns anos na área perto da Ha'uma Binyanei International Convention Center, realizado em preparação para a expansão do Crowne Plaza Hotel, descobriram um vilarejo de trabalhadores em cerâmica que serviu à principal fábrica de cerâmica da legião Romana. Ao longo do percurso do novo metro de superfície, restos de um grande reservatório de água que abastecia os legionários forma descobertos, e na área de Shuafat, um assentamento judaico do mesmo período foi descoberto.
Especialistas concordam que a cidade de Aelia Capitolina foi extraordinariamente bem planejada, baseada no desenho que outras cidades do império Romano. Inclui ruas largas, magníficos e numerosos portões de entrada, templos e infraestrutura, e ainda abrigava uma nova elite de oficiais do exército e soldados livres que transformaram a Aelia Capitolina em uma cidade próspera. “Assim como o Mandato Britânico, que durou apenas 31 anos, mas teve um impacto significativo sobre a Jerusalém moderna, do ponto de vista da arquitetura, o período romano estabeleceu uma nova linguagem imperial que permanece até hoje,” conclui o arqueólogo Dr. Guy Stiebel.
Fonte: Word of Life Israel
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