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sábado, 25 de junho de 2011

A Mídia que Quebra Bloqueios

"Israel estará flutuando, se afogará num mar de publicidade
negativa ou isso será uma expedição de pesca em águas
tranquilas?"
"Estamos numa batalha e, mais da metade dela, se desenrola no campo dos meios comunicação", disse Ayman al-Zawahiri, o novo líder da Al-Qaeda, em novembro de 2005. Mas o que acontece quando os meios de comunicação tentam definir o campo de batalha físico, tornando-se participantes ativos na história?

Todos devemos estar extremamente preocupados pelo anúncio de que entre os navegantes da iminente flotilha a Gaza há jornalistas dos meios de comunicação, incluindo os do New York Times, e cinegrafistas de CNN e CBS.

Este é um claro exemplo da relação simbiótica entre os meios de comunicação e os agitadores anti-Israel, como os que estão por trás da flotilha. No final das contas, não foi a ação violenta dos passageiros a bordo do Mavi Marmara que causou tantos danos a Israel - foi a tormenta nas relações diplomáticas e públicas por um incidente que ocupou a imprensa internacional durante vários dias depois do evento.

O "martírio" dos nove passageiros turcos constituiu o sucesso de relações públicas para a Fundação Turca pelos Direitos Humanos e Liberdade e Ajuda Humanitária (IHH) e suas multidões. É evidente, então, que a única razão pela qual os meios de comunicação decidiriam subir a bordo da próxima flotilha seria pela possibilidade de captar uma repetição dos fatos. Mesmo assim, os organizadores da flotilha contam com a ajuda da mídia para publicar uma história cujo relato já foi escrito - ou seja, que alguns valentes "ativistas pela paz" estão tentando quebrar um brutal e ilegal bloqueio naval imposto aos pobres palestinos, que vivem em sua prisão ao ar livre.

Imagine uma abordagem da Marinha israelense aos barcos da flotilha, um a um, obrigando-os a desembarcar pacificamente para inspeção no porto israelense. Criar um incidente grave, nesse caso, seria a derrota final dos organizadores, assim como para os meios de comunicação a bordo e que esperam estar na cena reportando o que seria o maior fato das notícias do dia.

Expectativas...

Chegando à conclusão de que tantos os participantes da flotilha quanto os acompanhantes da mídia precisam uns dos outros, podemos, honestamente, contar com que New York Times, CNN e CBS, assim como outros jornalistas "inseridos", informem sobre a situação com objetividade, mesmo que a história não chegue a ser tão dramática como eles esperam?

Ou será que a simples presença dos meios de comunicação serve como um convite à confrontação e à violência em potencial, com os chamados "ativistas" atuando para as câmeras? E o que dizer dos próprios jornalistas? Enquanto que, nos últimos anos, alguns repórteres têm sido mortos ou feridos inadvertidamente pelo exército israelense, não podemos esperar que os soldados entrem numa potencial zona de guerra - como ocorreu com o Mavi Marmara - tentando evitar os integrantes dos meios de comunicação que, a propósito, se posicionaram na linha de fogo. Isso não coloca em risco a vida dos jornalistas, somente, mas também as dos soldados de Israel.

O governo israelense restringiu o acesso dos jornalistas à Faixa de Gaza durante a Operação Chumbo Fundido, aparentemente, por sua própria segurança e para evitar que as tropas das Forças de Defesa de Israel se ocupassem com outro fator fora de seu controle no campo de batalha. Houve uma discussão de que essa decisão foi contra os interesses de Israel. Os meios de comunicação, acampados numa colina com vista para Gaza, foram contrariados e vingativos, enquanto que as imagens estavam sendo controladas pela Al Jazeera e por outras fontes menos objetivas.

Desta vez, Israel faria bem em recordar os jornalistas que estão a bordo da flotilha de que serão participantes ativos numa tentativa ilegal de romper o que é um bloqueio naval legal segundo o direito internacional.

Só podemos esperar que a mídia não se veja influenciada por ideólogos e por "idiotas úteis" que formam os diferentes grupos a bordo, cujo espírito dominante é o ódio a Israel, no lugar do amor dos direitos humanos universais. Teremos que confiar no profissionalismo dos jornalistas para captar a realidade do que ocorrer, livres do prejuízo muito característico nas reportagens sobre Israel.

Baseando-se em experiências anteriores, no entanto, não podemos ter grandes expectativas. Essa flotilha já ergueu âncora. Israel estará flutuando, se afogará num mar de publicidade negativa ou isso será uma expedição de pesca em águas tranquilas?

A flotilha está navegando. É hora de fechar escotilhas, mais uma vez.

Fonte: ReporteHonesto
Tradução e adaptação: Jônatha Bittencourt

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